Apontamentos sobre Inteligência Emocional

Apontamentos sobre Inteligência Emocional

14 de Agosto, 2019 0 Por Sandra

 

O que é Inteligência Emocional?

Daniel Goleman, autor do livro “Inteligência Emocional” define a Inteligência Emocional como a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos. Para Goleman, a Inteligência Emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Como exemplo, o especialista aponta que a maioria das situações de trabalho e da vida são envolvidas por relacionamentos entre as pessoas.

Inteligência emocional, não é uma moda do momento, pois estudos revelam com precisão quais as qualidades presentes num profissional de excelência. Esta bitola, está cada vez mais presente, no recrutamento, na continuidade ou não numa empresa e em quem é promovido.  Dando assim, maior enfase às características pessoais, como a iniciativa, empatia, adaptabilidade e capacidade de persuasão, designadas também por carácter, personalidade, qualidades pessoais e competências, a todos estes talentos humanos designamos por inteligência emocional. Independentemente da área onde trabalha é crucial cultivar estas capacidades, para que se possa atingir o êxito profissional. Por seu lado uma organização será mais produtiva e eficaz se o seu clima organizacional alimentar essas capacidades. As instituições de ensino deveriam promover e incidir nestas competências humanas, uma vez que cada vez mais seremos substituídos por máquinas/robôs e estas qualidades são fundamentais para que nos possamos distinguir e manter no mercado de trabalho. O nosso nível de inteligência emocional não é estático nem se desenvolve nos primeiros anos de vida, mas sim um processo continuo de desenvolvimento ao longo da vida, à medida que aprendemos com as experiências, numa evolução constante. Segundo alguns estudos que demonstram que a inteligência emocional melhora ao longo do tempo, sobretudo a partir do momento em que os indivíduos dominam as suas emoções, os seus impulsos, motivação de si próprios, no aperfeiçoamento da sua empatia e destreza social. O crescimento da inteligência emocional designa-se por maturidade emocional.

 

Objetivo do texto!

Alguns apontamentos baseados no livro “Trabalhar com Inteligência Emocional” de Daniel Goleman têm por objetivo reforçar os conceitos para a prática da inteligência emocional em cada um de nós e também na cultura de qualquer organização independentemente do seu tamanho ou área de negócio e nas instituições de ensino.

 

Estratégia das empresas!

Cada vez mais as estratégias das empresas passam pela cultura da inteligência emocional. Exemplos distintos de empresas que investiram na formação da inteligência emocional são a Allied-Sied, Siemens e Lincoln Continental.  Não descorando que por vezes a formação mais dispendiosa, pode não ter qualquer tipo de retorno para a empresa é necessário readequar ambas as situações. A formação destas competências nos indivíduos e na organização deve ser sedimentada para que se formule a receita da competitividade. “A mudança maciça é uma constante; a inovação tecnológica, a competição global e as pressões dos investidores institucionais são forças de um fluxo em escalada constante”.

Muitas das empresas com o tempo vão ficando mais pequenas devido às restruturações internas fazendo despedimentos para reduzir custos, é o processo de downsizing, os recursos humanos ficam mais visíveis, facilmente se identifica as capacidades de domínio das emoções, a capacidade de trabalhar em equipe, bem como o destaque para a liderança.

A globalização facilita a livre circulação da mão de obra qualificada, mesmo com os avanços tecnológicos, estes não serão suficientes por si só, como é o caso  da empresa de biotecnologia da Califórnia, o streamlining e outras inovações  criam com frequência novos problemas, para os quais é necessário ter mais inteligência emocional, ou seja à media que os negócios evoluem, também evoluem as competências no indivíduos para o sucesso. Num mercado de trabalho cada vez mais instável é fundamental que as pessoas se capacitem de qualidades como resistência, iniciativa, otimismo e a adaptabilidade estão a ser mais valorizadas.

Uma visão sobre o Quociente de Inteligência QI!

Foi a partir da primeira Guerra Mundial que se começou a utilizar os testes de QI, desde essa época que a avaliação tem vindo sempre a crescer, de certa forma esta deve-se a uma melhor nutrição, a maior grau de escolaridade, jogos de computadores, quebra-cabeças e famílias mais reduzidas. Mas deparámo-nos com uma situação inusitada à medida que as crianças se tornam cada vez mais inteligentes quanto ao QI, a sua inteligência emocional está em decadência. Esta constatação provem de um estudo feito em conjunto com pais e professores, revelando que esta geração é emocionalmente mais perturbada que a anterior. Uma percentagem elevada de crianças apresenta comportamentos de solidão e depressão, sendo mais violentos. As crianças são indisciplinadas, mais nervosas, mais impulsivas e agressivas.

Goleman considera que o QI por si só explica muito pouco do bom desempenho no trabalho e na vida. Uma das maiores críticas de Goleman (2003) é que embora já muitos tenham conhecimento que um QI elevado não é garantia de sucesso, prestígio ou felicidade na vida, as escolas e a sociedade continuam ainda fixas nas capacidades académicas, ignorando a inteligência emocional. Mediante uma análise feita, na qual se testou o QI, em que apresenta alguma correlação com o êxito das pessoas na sua carreira a estimativa mais elevada não ultrapassa os 25%. Numa outra análise mais criteriosa revela valores mais baixos como 10% e 4%.  Goleman refere um exemplo de um estudo sobre licenciados na Universidade de Harvard no campo de direito, medicina, ensino, gestão e administração revelando que as notas dos exames de admissão – um substituto do QI – possuíam pouca ou nenhuma correlação com o eventual êxito na carreira. Antagonicamente, o QI apresenta a percentagem mais baixa de prever o sucesso entre um grupo de pessoas suficientemente inteligentes para dominar áreas cognitivamente mais exigentes, e o valor da inteligência emocional para o êxito cresce tanto mais quanto maior forem as barreiras de inteligência para a entrada numa determinada área. «O que aprende na escola distingue os profissionais excecionais apenas numa parte muito diminuta das quinhentas ou seiscentas funções para as quais fizemos os estudos de competências», segundo Lyle Spencer Jr., diretor de investigação e tecnologia a nível mundial «Trata-se apenas de limiar de competências é necessária para entrar na área, mas não faz de ninguém uma estrela. São as capacidades da inteligência emocional que contam para um desempenho superior». A esta relevância antagónica da inteligência emocional nas disciplinas cognitivas exigentes, começa por ser uma consequência da dificuldade de entrada nessas áreas. Inteligência emocional é mais relevante para o êxito nas áreas de maior exigência.

Para Doug Lennick, vice-presidente executivo da American Express Finanvial Advisors, «As aptidões necessárias para triunfar começam com a capacidade intelectual, mas as pessoas necessitam também de competência emocional para aproveitar ao máximo os seus talentos. A razão por que certas pessoas não atingem o potencial máximo está na incompetência emocional». Por mais que as tecnologias evoluam ainda não lhe foi dado o poder emocional, a paixão ou o seu poder de persuasão e de influência, mediante cada situação divergente, este ainda está no domínio do Homem e é crucial trabalhar esta área.

Capacidades da Inteligência Emocional!

Segundo Goleman, a Inteligência Emocional evidencia o nosso potencial para aprender as aptidões práticas que se baseiam em cinco elementos principais:  autoconsciência, motivação, autodomínio, empatia e sociabilidade ou talento nas relações, que por sua vez se subdividem em 25 competência emocionais. Cada pessoa possui diferentes níveis de inteligência emocional uns com mais pontos fortes outros com menos pontos, não existem pessoas perfeitas. Contudo para um bom desempenho necessitamos de ter pelo menos seis pontos fortes redistribuídos pelos cinco elementos.

Salientando que uma elevada inteligência emocional não garante por si só que um individuo adquirirá as competências emocionais relevantes para o seu trabalho; depreende-se apenas que possui um excelente potencial para as aprender.

As competências da inteligência emocional são: independentes – ou seja contribuem de forma única para o desempenho das tarefas; interdependentes – tem em conta as interações fortes; hierárquicas – as competências emocionais incidem umas nas outras; necessárias, mas não suficientes – a inteligência emocional por si só não garante as pessoas desenvolvam ou exponham as suas competências associadas, tais como colaboração ou liderança. Situações como o ambiente de uma organização ou os interesses de um colaborador no seu local de trabalho também realça se a competência se manifesta; genéricas – a lista geral aplica-se a todos os trabalhos até certo ponto, contudo trabalhos diferentes necessitam de competência diferentes.

A mesma competência pode fazer com que o individuo atinja competência em diferentes trabalhos, como exemplo num serviço de clientes de uma divisão de seguros de saúde da Blue Cross os colaboradores apresentam autodomínio, consciência e empatia elevada. Já os gerentes bem-sucedidos de armazéns de venda a retalho as competências centram-se no autodomínio, consciência e empatia, mas também a orientação para o serviço.

As competências que um individuo precisa para obter sucesso, podem mudar à medida que este ascende na carreira. Por exemplo, nas grandes organizações os executivos seniores carecem de um maior grau de consciência política que os quadros médios. Já no caso das enfermeiras é o sentido de humor, nos banqueiros é o respeito pela confidencialidade dos clientes, nos diretores de escola é procurar formas de obter reações de professores, alunos e pais, serviços de contribuições e impostos devem ser fortes em contabilidade e competências sociais, nos agentes de ordem pública a capacidade de usar a menor quantidade de força necessária é crucial.

Considerações finais

As competências-chaves devem alinhar-se com a realidade de uma organização, as quais possuem uma ecologia emocional e uma variedade de características nos recursos humanos. É importante que as instituições de ensino se foquem na realidade e se adaptem, para que possam dar resposta a um mercado cada vez mais inovador e incerto, no qual o QI perde terreno e a inteligência emocional lidera nas diferentes áreas.

Iremos trabalhar cada um dos cinco elementos da inteligência emocional nos próximos textos, para que possamos melhorar cada vez mais as nossas competências e aumentar os nossos pontos fortes.

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